Companhia relembra espetáculos icônicos. Apresentações em Curitiba serão em maio, depois BTG faz turnê pelo Paraná
O Balé Teatro Guaíra apresenta uma programação especial em 2019 para celebrar os 50 anos de sua criação. Em maio, ocorre a Mostra de Repertório no Guairão com grandes sucessos da história do BTG, como “A Sagração da Primavera”, “Carmen” e “Segundo Sopro”. Um trecho de “O Grande Circo Místico”, visto por 200 mil pessoas na década de 1980, será apresentado na abertura de todos os espetáculos. Depois, a companhia faz uma turnê pelo Paraná para comemorar a data com todos os paranaenses.
O BTG foi criado em 1969 e é a terceira companhia pública mais antiga do país. Em 50 anos de história mais de 150 coreografias foram dançadas, com a passagem de grandes nomes da dança nacional, como Ana Botafogo, que estreou no Guairão como solista, e Carlos Trincheiras, coreógrafo de “O Circo”.
A homenagem para “O Grande Circo Místico” terá a abertura do espetáculo, o dueto de Beatriz e a carreira, última cena da versão original. Esse espetáculo foi escolhido por ser o mais icônico da história da companhia. “O Circo” foi criado por Edu Lobo e Chico Buarque especialmente para o Balé Teatro Guaíra e estreou em 1983. Foi um divisor de águas e projetou o BTG nacional e internacionalmente – foram mais de 200 apresentações, uma delas lotou o Maracanãzinho no Rio de Janeiro.
De 3 a 5 de maio, o Balé Teatro Guaíra dança “A Sagração da Primavera”, de Igor Stravinsky, acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Paraná. A coreografia apresentada pelo BTG é da portuguesa Olga Roriz e estreou em 2012. Para atingir a estrutura rítmica e as nuances da música elaborada por Stravinsky, é necessário uma orquestra com 94 músicos, incluindo duas tubas wagnerianas – hoje somente a Osesp tem esses instrumentos entre todas as orquestras do Brasil. Para as apresentações de “A Sagração”, 32 músicos extras foram contratados.
A primeira apresentação de “A Sagração da Primavera” em 29 de maio de 1913, em Paris, marcou o início do modernismo. Com um estilo de dança e composição musical nunca antes apresentado, o compositor Stravinsky e o coreógrafo Nijinsky chocaram a plateia. A obra conta a história de uma jovem que é escolhida para ser sacrificada como oferenda ao Deus da primavera em um ritual primitivo, a fim de trazer boas colheitas para a tribo. Desde então, A Sagração foi interpretada e relida pelos maiores coreógrafos do mundo. A versão com o Balé Teatro Guaíra, da coreógrafa portuguesa Olga Roriz, é ousada e visceral, um apelo à redenção e à confiança no futuro, uma demonstração de luta contra a submissão ou o medo. Não há vítima. - a eleita, ainda que sua escolha signifique a morte, abraça sua missão como uma honra, bate no peito e sorri desafiadora.
No dia 8 de maio, o BTG apresenta “Carmen”, do coreógrafo Luiz Fernando Bongiovanni. Ele iniciou uma parceria com a companhia em 2008 de releitura de clássicos como “Romeu e Julieta”. O objetivo é aproximar o público da dança contemporânea e democratizar o acesso à cultura, trabalhando com formação de plateia.
Para fechar as apresentações em Curitiba, o BTG dança “O Segundo Sopro”, um grande sucesso dos anos 90 que ficou conhecido como “balé das águas” - foi a primeira coreografia nacional em que chovia no palco. A equipe técnica do Teatro Guaíra desenvolveu uma tecnologia própria que possibilita a chuva e a formação de um espelho d'água no palco, fazendo os bailarinos literalmente deslizarem na água.
Na semana seguinte, os bailarinos da companhia iniciam uma turnê pelo Paraná e passam por Ponta Grossa, Cascavel, Campo Mourão, Maringá, Foz do Iguaçu, Paranaguá, Guarapuava. Em todas essas cidades, a equipe técnica e os bailarinos do Guaíra fazem oficinas para a população.
Mostra revê grandes sucessos da companhia e mostra percurso histórico
A seleção das coreografias para a Mostra de Repertório em comemoração aos 50 anos do Balé Teatro Guaíra foi baseada em dois critérios: afetividade e representatividade do período em que foram apresentadas. Por isso, representam o percurso estético do balé. “As obras escolhidas para a Mostra de Repertório são, antes de mais nada, resgates afetivos para todos nós que de alguma maneira vivemos essa história”, diz Cíntia Napoli, diretora do BTG desde 2012.
“O Grande Circo Místico”, por exemplo, é o maior sucesso da história da companhia e tem aspectos de balé clássico em sua coreografia. Já “O Segundo Sopro” mescla movimentos clássicos e nuances de jazz. Por fim, “Carmen” representa a estética atual do BTG. “Assim como a dança, aquela que se fazia em 1969 e a que se faz hoje em 2019, a história também traz seu dinamismo próprio. Por isso, esses repertórios são uma viagem ao longo do tempo”, afirma Napoli.
Serviço
Balé Teatro Guaíra 50 anos - Mostra de Repertório
Homenagem O Grande Circo Místico + A Sagração da Primavera – com participação da Orquestra Sinfônica do Paraná
De 03 a 05 de maio, sexta e sábado às 20h30 e domingo às 19h
Homenagem O Grande Circo Místico + Carmen
Dia 08 maio, quarta-feira, às 20h30
Homenagem O Grande Circo Místico + O Segundo Sopro
Dias 11 e 12 de maio, sábado às 20h30 e domingo às 19h
Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto – Guairão
Classificação: Livre
Preço: R$20 (vinte reais) e R$ 10 (dez reais)
Balé Teatro Guaíra tem programação especial para celebrar 50 anos
O Balé Teatro Guaíra apresenta uma programação especial em 2019 para celebrar os 50 anos de sua criação. Em maio, ocorre a Mostra de Repertório no Guairão com grandes sucessos da história do BTG, como “A Sagração da Primavera”, “Carmen” e “Segundo Sopro”. Um trecho de “O Grande Circo Místico”, visto por 200 mil pessoas na década de 1980, será apresentado na abertura de todos os espetáculos. Depois, a companhia faz uma turnê pelo Paraná para comemorar a data com todos os paranaenses.
Publicação
23/04/2019 - 16:30
23/04/2019 - 16:30
Editoria