A Superintendência da Cultura do Paraná lamenta a morte do radialista curitibano Ali Chain, aos 81 anos, noticiada na manhã desta quinta-feira (28/05) em Curitiba. Jornalista policial especialista na palavra falada, Chain ficou conhecido também na TV, pelo personagem Califa 33, um repórter que aparecia em forma de sombra no programa "O Coaxo do Califa", na antiga TV Iguaçu (hoje Rede Massa) nos anos 1970 e 1980. Era casado com Esmeralda Chaim e pai de 3 filhos Ali, Camila e Omar.
Chain começou sua carreira na década de 1960, no jornal Diário da Tarde, mas se firmou no rádio com programas de grande alcance na Rádio Clube FM (“De olho da lei sobre a cidade”) e na Rádio Colombo (“Tabuleiro Policial”). Também teve atuação na televisão, com o “Show de Jornal” na TV Iguaçu. Uma de suas últimas atuações foi na TV e-Paraná, onde apresentou o programa “Bate-papo com Chaim”.
Amigos e admiradores de seu trabalho relataram histórias com o jornalista. O fotógrafo Maringas Maciel relembra que gírias como 'treisoitão', 'malaco', 'mocó', 'chibaba', 'carrapicho', 'curriola', entre tantas outras, aprendeu ouvindo e assistindo ao Califa 33 no Canal 4. “Virei fã e não perdia as aparições diárias (noturnas) daquela figura na TV e ficava imaginando como seria o rosto por detrás daquela sombra, com aquela voz inconfundível. Os anos passaram e, graças a muitos amigos em comum, acabei conhecendo o grande Ali Chain. Um querido, querido por todos”, publicou Maciel em suas redes. A foto é assinada por ele.
O cartunista Solda também lamentou a partida de quem ele considera “o melhor repórter policial da cidade”. A admiração por Chain é revelada pela forma ética que o jornalista sempre conduziu suas entrevistas. “Ali Chaim era mestre da palavra falada, seja no rádio, na televisão ou na conversa que podia ser na entrevista do bandido, que ele nunca escrachava, ou do policial. Era ‘carrapicho’ de primeira qualidade – e a gíria era o universo onde trafegava com a maior desenvoltura”.