Peça “A Princesa Cansada e o Animal Bocejante” leva arte e cultura para pequenas cidades do Paraná

Escolas públicas de seis municípios com mobilidade reduzida a espetáculos teatrais recebem gratuitamente o espetáculo inspirado no conto de Fernando Pessoa
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20/02/2025 - 14:16
Editoria

Até 27 de fevereiro, ginásios de esportes e o centro ambiental de seis cidades do Noroeste do Paraná terão apresentações gratuitas da peça “A Princesa Cansada e o Animal Bocejante”.  Assistida por mais de 23 mil pessoas, ao longo de uma década, a peça faz agora a temporada especial para crianças que residem em municípios que não possuem a estrutura predial de um teatro – e com população entre 2 mil e 23 mil habitantes. As cidades são: São Pedro do Paraná, Porto Rico, Santa Izabel de Ivaí, Loanda, Planaltina do Paraná e Amaporã.

Inspirada no conto “Éros e a Psiqué”, de Fernando Pessoa, a dramaturgia foi escrita pelo guarapuavano Neumar Michaliszyn. O dramaturgo propõe o lúdico em um universo solitário, no qual uma princesa nada comum vai brincar em uma floresta abandonada. Lá, ela se encontra com um animal e, assim, surge uma grande amizade que surpreende o público.

Além das apresentações, a proposta da circulação prevê a mediação teatral, ou seja, o público será recebido com atividades pedagógicas no intuito de aproximação e sensibilização ao universo da obra artística. Depois do espetáculo, a plateia é conduzida para atividades que promovem reflexões sobre a proposta teatral.

Em parceria com os atores e diretores Ike Rocha e Rosane Freire, a atriz e produtora Carol Scabora vem trabalhando ao longo de dez anos no desenvolvimento da obra, período em que o trio foi encontrando formas de lidar com a interatividade inerente ao trabalho. “A própria obra é direcionada para promover o protagonismo do público, que participa ativamente, vivenciando, de fato, o espetáculo. Escolhi aquela região porque não tem teatro lá”, diz Carol, atriz e produtora. 

A experiência acabou se transformando numa pesquisa sobre mediação que agora é aplicada com as crianças. “Na primeira vez dei o texto num ‘passadão’ só, para ninguém me interromper e eu não esquecer uma palavra”, lembra a atriz. “Agora, depois de mais de 100 apresentações, jogo muito com as crianças. Tem momentos, por exemplo, em que falam muito, todos juntos; e você deixa, porque não vai competir com elas”, conta.

Ao longo de toda a trajetória, o grupo foi acrescentando, também, a linguagem do teatro de animação. Começou com a máscara do Animal Bocejante, depois vieram as Princesinhas. Agora, vieram os bonecos, que saem da capa da Princesa, além de um painel que transporta o espectador para outro espaço cênico. A ideia é tornar o conto o mais lúdico possível e próximo do universo infantil. “Os bonecos imaginários fazem parte do cotidiano de uma criança, que brinca sozinha, e a princesa é essa criança”, explica Carol.  

Na cena, junto com Carol, está Ike Rocha, que faz o animal e também é fluente em libras, o que torna a comunicação ainda mais especial. “Quando termina o espetáculo e os personagens vão conversar com o público, as crianças vão à loucura por interagir através de gestos e sons com o animal”, conta Carol.  “Quando há público que se comunica através de libras, o ator cria um diálogo direto com essa pessoa, e isso causa uma aproximação incomensurável entre o Animal e o público”, explicou.

O projeto foi aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) do Governo do Paraná, com recursos da Lei Paulo Gustavo do Paraná (LPG), do Ministério da Cultura (MinC) e do Governo Federal.

Serviço:

Temporada gratuita para crianças de escolas públicas do Paraná (Manhã e Tarde)

17/02 – São Pedro do Paraná – Ginásio do Clube  

19/02 – Porto Rico – Centro de Educação Ambiental

21/02 –  Loanda – Ginásio de Esportes

24/02 Santa Isabel – Ginásio de Esportes Manoel Valadão

26/02 – Planaltina do Paraná – Quadra da Escola Municipal Frei Enedino Caetano

27/02 – Planaltina do Paraná – Quadra da Escola Municipal Frei Enedino Caetano  – Junto com alunos de Amaporã.

 

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