O relançamento de três curtas dirigidos por Heloisa Passos entre 2001 e 2008 ocorreu no 13.º Olhar de Cinema de Curitiba, em Exibições Especiais da seleção oficial. Criada em 1988, em Curitiba, a Máquina Filmes assina a produção de sete curtas e dois longas dirigidos por Helô Passos; os curtas a serem exibidos foram restaurados via Edital Audiovisual – Capacitação, Pesquisa, Memória e Difusão da Lei Paulo Gustavo no Paraná.
Os filmes foram apresentados no dia 17 de junho no Shopping Mueller, em sessão seguida de debate com a atriz Guta Stresser, a montadora Tina Hardy e a documentarista Patrícia Cornils. A segunda sessão dos filmes aconteceu no dia seguinte, com roda de conversa da diretora com o público e presença de Ana França e de Guta Stresser, no hall do cinema.
Juntamente com o evento de exibição, a produtora Máquina Filmes realizou, no dia 16, o lançamento de uma publicação com textos de Caetano Gotardo, Camila Macedo, Edgar Moura, Karla Holanda e Patrícia Cornils, no Coffeeterie Cine Passeio. O evento marca os 35 anos da produtora criada por Heloisa Passos em 1988 e que restaurou os curtas via Lei Paulo Gustavo.
Nota da diretora – Dentro de um casarão verde, na Rua Martim Afonso, em Curitiba, havia tudo que eu poderia sonhar naquele momento: logo na entrada, à direita, uma pequena sala na qual a historiadora Lucila Broetto liderava uma pequena equipe de duas pessoas no resgate de histórias orais. Mais à frente, uma cozinha onde passávamos café, à esquerda, uma sala de exposições. Subindo a escada, um banheiro grande transformado em laboratório fotográfico, uma sala vazia, outra cheia de arquivos. Na última sala estava Valêncio Xavier, criando e recriando um museu dentro dessa casa que era a minha Disneylândia em Curitiba, a sede provisória do Museu da Imagem e do Som no Paraná. Eu era estagiária e estávamos em 1988. No ano seguinte, Lucila me convidou para realizar um vídeo com as obras do pintor Miguel Bakun. A minha pergunta: o que precisamos fazer? - Primeiro passo: temos que maquinar uma produtora. E assim nasceu a Máquina Filmes.
Heloisa Passos – É realizadora e uma premiada diretora de fotografia. Dirigiu vários curtas-metragens, entre eles o premiado “Viva Volta”, com Raul de Souza e Maria Bethânia. “Construindo Pontes”, seu primeiro longa-metragem como diretora, estreou no maior Festival de documentário do mundo, IDFA. Recebeu diversos prêmios, entre eles: Prêmio Marco Antônio Guimarães no 50 Festival de Cinema Brasileiro de Brasília, Menção Honrosa no CineEco 2018 (Portugal) e Prêmio de la crítica CAMIRA no VIII Festival Márgenes (Espanha). Entre os mais de 40 filmes que fotografou, estão longas-metragens premiados internacionalmente, Nothing Lasts Forever (Berlinale, 2022 e melhor Fotografia No Cinema Eye Honor, 2024), Mulher do Pai (Berlinale, 2017 e melhor Fotografia no Festival do Rio), Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (Veneza, 2009 e melhor fotografia no Festival do Rio), Manda Bala (excelência em Cinematografia Sundance, 2007). Fez também Fotografia adicional nos documentários Democracia em Vertigem (indicado ao Oscar em 2020) e Citizenfour (vencedor do Oscar em 2015). No cinema de ficção, fotografou longas como Bocaina (2022), Fortaleza Hotel (2021), Deslembro (2018), Mulher do Pai (2016), O Que se Move (2012) e Rânia (2011). Na TV, fez a direção de fotografia da série Me Chama de Bruna (Fox). É membra da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC), do Coletivo de Mulheres e Pessoas Transgênero do Departamento de Fotografia do Brasil (DAFB), além de ser integrante da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
Projeto aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná, com recursos da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura – Governo Federal.