Lerner deixa legado fundamental para a Cultura

Publicação
27/05/2021 - 10:41
Editoria

Luciana Casagrande Pereira, superintendente-geral de Cultura:

A Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura e a Superintendência-Geral da Cultura lamentam profundamente a perda do ex-prefeito e ex-governador Jaime Lerner, pai, arquiteto e urbanista e figura pública ímpar do Paraná.

Jaime Lerner faleceu às 5h10 desta quinta-feira (27), aos 83 anos, em Curitiba, em decorrência de complicações de doença renal crônica. Deixa as filhas Andrea Lerner e Ilana Lerner, atual diretora da Biblioteca Pública do Paraná. 

“Recebi com imensa tristeza a notícia da morte de Jaime Lerner, que com talento e sensibilidade nos ajudou a amar cada canto de Curitiba. Seu legado permanecerá para as gerações futuras. Agradeço a oportunidade de conviver com sua filha Ilana a quem desejo força neste momento. Estendemos o pesar a toda a família e admiradores do nosso querido Lerner”, destaca a superintendente-geral de Cultura, Luciana Casagrande Pereira. 

Legados para a Cultura 

Além das bastante conhecidas transformações no sistema público de transporte da capital, Lerner foi um marco na transformação da paisagem urbana da cidade com a preservação e valorização da história e da cultura locais. Em seu último mandato como governador do Paraná (1999-2002), foi idealizador da construção do Museu Oscar Niemeyer, inaugurado oficialmente no dia 22 de novembro de 2002. O Museu do Olho, como ficou conhecido não só no país, mas também no exterior, se transformou em um símbolo de Curitiba e um dos locais mais visitados da capital por turistas e também pela população local.

Em sua gestão como prefeito, diversos casarões do Centro Histórico foram restaurados e transformados em galerias de arte, livrarias, cafés e lojas, nos moldes do que havia de mais moderno no mundo. Pequenos cinemas, a Casa da Memória e a tradicional feirinha de artesanato do Largo da Ordem também fizeram parte dessa ação.

Também transformou o Teatro Paiol em espaço cultural. A construção do lugar data de 1874, originalmente um paiol de pólvora, mas somente a partir de 1972 passou a ser um dos pontos mais queridos pela cena da Cultura na cidade: intimista, o Teatro comporta pouco mais de 200 pessoas, tem formato de arena romana e por ali já passaram centenas de nomes emblemáticos da cultura local, nacional e internacional. Gonzaguinha, Hermeto Pascoal, Elza Soares, entre tantos outros. 

O arquiteto assina diversos outros legados que transformaram profundamente a paisagem, a identidade urbana e as gerações que nasceram ou viveram em Curitiba desde a década de 1970. Outras obras de extrema importância foram a construção da Ópera de Arame, da UNILIVRE, Rua 24 Horas, Jardim Botânico e Museu Botânico e de parques como São Lourenço, Tingui e Tanguá.